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ESG

Anbima: Covid-19 reforçou emergência e necessidade de agenda ESG no mercado financeiro

10/2/2022

A agenda ESG está ocupando, cada vez mais, as pautas do mercado financeiro

A agenda ESG (environmental, social and governance) ou ASG, em tradução para o português (ambiental, social e de governança) está ocupando, cada vez mais, as pautas do mercado financeiro. E, segundo uma pesquisa recentemente divulgada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro (Anbima), a pandemia de covid-19 reforçou a emergência e necessidade do tema.

“De um lado, os programas de retomada econômica pós-pandemia focaram em aspectos sustentáveis. Por outro, a percepção de riscos dos investidores foi alterada. Em ambos os casos, a agenda sustentável – que até há pouco, quando identificada, era observada com menor frequência – foi transformada em uma agenda obrigatória. A inclusão de riscos ESG no radar ampliou o escopo da gestão de riscos e trouxe potencial melhora da relação risco e retorno no médio e longo prazo”, afirmou a entidade, no relatório.

Em meio à pandemia, a percepção de risco das instituições também foi alterada. De acordo com a Anbima, 70% das gestoras brasileiras ficaram mais atentas aos problemas sociais; 69%, a questões epidemiológicas; e 68%, a problemas de saúde pública.

O levantamento da pesquisa entrevistou mais de 900 instituições do mercado entre gestoras de recursos de terceiros, bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimento, corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários — os participantes da pesquisa têm, em média, R$ 3,9 bilhões de ativos sob gestão.

Entre as classes de ativos de investimentos avaliadas com critérios ESG, a de renda variável alcançou a primeira posição, com 56%. Em seguida, a renda fixa corporativa (crédito privado) com 26%, seguido por private equity (25%), ativos imobiliários (21%), direitos creditórios (17%) e renda fixa soberana (3%).

No levantamento, a maioria das instituições reconheceu a relevância do tema: 86% classificou a importância com notas de 7 a 10. Das cerca de 44% que indicou a relevância do assunto com as notas 10 e 9, a principal justificativa foi de que “sustentabilidade é um assunto importante que todos devem se engajar (sociedade, investidores, colaboradores)”.

Além disso, 42% atribuíram notas 8 e 7, com a justificativa de que estão se organizando internamente para abordar o tema. Em última colocação, 3% das instituições classificaram o assunto com notas entre 4 e 0. O argumento, nesse caso, segundo eles, é a falta de preocupação por parte das instituições com as questões ESG.

Mesmo com o reconhecimento, o estudo apontou que muitas instituições indicaram que ainda não têm ações concretas sobre o assunto. Não obstante, enquanto 85% das gestoras e 90% dos bancos deram nota acima de 7 para o tratamento do tema, apenas 26% das gestoras e 43% dos bancos indicaram tratar da sustentabilidade em seus códigos de conduta.

Colocando o conceito em prática

A Anbima explanou, ainda, os desafios encontrados por essas instituições para tirar o conceito ESG do papel e colocá-lo em prática. Entre eles, estão:

- A dificuldade de definir o que é sustentabilidade;

- A falta de um manual que define como colocar o conceito em prática e o desafio de trazê-lo para uma realidade palpável;

- Dificuldade em medir compromissos ESG, já que existem muitos índices e parâmetros no mercado;

- Os riscos de greenwashing (prática de camuflar ou omitir informações sobre os impactos das atividades de uma empresa no meio ambiente).

Para os entrevistados, a Anbima deve facilitar o alinhamento do entendimento dos conceitos, dos termos e das práticas ESG. Nesse sentido, a entidade atuaria como uma mediadora, além de promover a capacitação de profissionais nessa área.

ESG na VERT

As práticas ESG estão em nosso cotidiano, principalmente na forma como trabalhamos e abraçamos novos desafios. Durante a pandemia de covid-19, montamos, em parceria com o Sebrae-SP, o Programa de Crédito Retomada, que tomou a forma de um FIDC —  uma operação de crédito emergencial para micro e pequenas empresas que estavam sendo impactadas pela crise.

No ano passado, estruturamos uma debênture social de R$ 24 milhões da Alume, fintech que financia a formação de estudantes de medicina em todo o país. O título contou com remuneração de CDI + 6% a.a e vencimento em 27 de agosto de 2027.

E não para por aí! Também em 2020, nossas sócias-fundadoras participaram da COP-26, em Glasgow, na Escócia. Ao lado de mais seis empresas, a VERT e a DuAgro assumiram o compromisso de US$ 3 bilhões — com mais de US$ 200 milhões em desembolsos até 2022 — para a produção de soja e gado livre de desmatamento e conversão de habitats naturais, na América do Sul. O anúncio faz parte da iniciativa Finanças Inovadoras para a Amazônia, Cerrado e Chaco (IFACC, na sigla em inglês), criada pelas organizações The Nature Conservancy (TNC), Tropical Forest Alliance (TFA) e pelo Programa Ambiental da ONU (Unep).

Naiara Albuquerque

Palavras-chave

mercado financeiro, ESG, investimentos

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