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Economia

Com juros em alta, investidor deve previlegiar renda fixa, diz estrategista-chefe da Órama

13/1/2022

Diante da escalada da taxa básica de juros, a Selic, que está em 6,25% ao ano, as apostas em títulos de renda fixa devem ganhar cada vez mais espaço

Diante da escalada da taxa básica de juros, a Selic, que está em 6,25% ao ano, as apostas em títulos de renda fixa devem ganhar cada vez mais espaço nas carteiras de ativos dos investidores brasileiros, na visão de Sandra Blanco, estrategista-chefe da Órama, primeira plataforma digital de investimentos do país.

Em entrevista à VERT, Blanco disse que o investidor deve estar atento à alta da taxa de juros, a Selic, principalmente quando o aspecto global e as pressões inflacionárias são levadas em conta. “Ter juros nesse patamar não é de todo uma boa notícia, mas é o remédio que temos agora para a inflação alta”, disse. Investimentos em renda fixa devem estar presentes em todas as carteiras de investimento, destaca Blanco.

Segundo ela, é inegável que a relação risco x retorno vem privilegiando ativos de renda fixa em detrimento aos de renda variável. A hora também pode ser oportuna para investidores que querem aplicar seu dinheiro em títulos como os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). “Essa classe de investimentos cai muito bem em todas as carteiras”, afirma Blanco.

De acordo com a última divulgação do Boletim Focus, a projeção é de que a Selic chegue a 8,25% a.a. no final deste ano, contra os 8,35% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Diante desse horizonte, Blanco fez algumas indicações, de acordo com o perfil do investidor:

  • Para o investidor conservador, investimentos em renda fixa devem ser privilegiados em 100%;
  • Para um perfil mais moderado: Blanco indica 55% de renda fixa e o restante com diversificação em fundos imobiliários e investimentos no exterior, com um horizonte mais extenso de cerca de dois anos;
  • Para o investidor mais arrojado, cerca de 35% dos recursos devem ser alocados em renda fixa; 20% em ações de empresas brasileiras e mais 20% de empresas estrangeiras;

Marília Fontes, sócia-fundadora e analista de renda fixa da Nord Research, também concorda com  Blanco que é o momento propício para alocar recursos em investimentos de renda fixa. “O mercado de renda variável é atrelado à expectativa de crescimento das empresas, que está com uma expectativa de queda para o ano que vem. Além disso, 2022 será um ano de eleição no Brasil, o que aumenta a dose de incerteza”, destacou. Para ela, investimentos com o horizonte de curtíssimo prazo são mais confiáveis, como o Certificado de Depósito Bancário (CDB), a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). “É clara a necessidade de flexibilidade para carteira e o mercado está premiando um perfil mais conservador”, acrescentou.

Naiara Albuquerque

Palavras-chave

Juros, Selic

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