Por que as operações estruturadas ganharam protagonismo com a alta dos juros?

O cenário econômico brasileiro tem sido marcado por uma alta nas taxas de juros. Esse contexto impacta diretamente o custo do crédito, especialmente nas operações de curto prazo, que se tornaram mais caras, seletivas e, em muitos casos, inviáveis para empresas que buscam fôlego para crescer ou reorganizar suas finanças.

É nesse ambiente desafiador que as operações estruturadas — incluindo CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), Debêntures e Notas Comerciais — passaram a ganhar protagonismo no mercado de crédito. Não sendo apenas uma fonte alternativa de recursos, mas um sofisticado instrumento de engenharia financeira que permite alinhar o custo do capital com o risco assumido e adequar o prazo da operação à estratégia da empresa.

Quando uma operação estruturada é planejada para o longo prazo, existe margem para negociar condições que beneficiem todas as partes envolvidas. Para o tomador do crédito, isso significa reduzir o impacto dos custos financeiros sobre o caixa. Para o investidor, garante-se uma remuneração justa, aliada à segurança jurídica e à previsibilidade da operação.

Essa capacidade de ajuste é justamente o diferencial do crédito estruturado. Por isso, o mercado tem registrado um crescimento expressivo no volume emitido de ativos estruturados nos últimos anos. Não é uma questão de criatividade excessiva, mas de necessidade econômica: nas condições atuais, operações bem estruturadas são essenciais para viabilizar o acesso ao capital.

Hoje, estruturar uma captação de recursos com qualidade tornou-se tão importante quanto o próprio acesso ao capital. Essa combinação é o que torna o crédito sustentável e vantajoso, tanto para quem busca os recursos quanto para quem investe, garantindo operações sólidas e funcionais ao longo do tempo.